A RELAÇÃO ENTRE O ESTRESSE OXIDATIVO, ALTERAÇÕES EPIGENÉTICAS E DESENVOLVIMENTO TUMORAL

Luiza Medeiros Pereira, Sandrieli Francisco Dias Pereira, Leonardo Figueira Reis de Sá

Resumo


Estima-se que no Brasil, cada ano do triênio 2020-2022 ocorrerão 625 mil novos
casos de câncer, e com isso, evoluções na compreensão do desenvolvimento tumoral
permitem o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas. A gênese tumoral está
principalmente relacionada como consequência de mudanças genéticas e epigenéticas que
resultam na quebra da homeostase do controle do ciclo de divisão celular. Alterações
epigenéticas podem regular a expressão de diferentes genes sem que sejam alteradas as
suas sequências de DNA, e possuem três mecanismos evidentes de atuação, a metilação do
DNA, modificações de histonas e RNAs não-codificantes. As alterações desses elementos
reguladores podem ser geradas através da produção excessiva de espécies reativas de
oxigênio (ROS), o qual está presente no desenvolvimento e progressão tumoral. Com isso, o
presente estudo tem como objetivo geral demonstrar a relação entre a produção de espécies
reativas de oxigênio, alterações epigenéticas e o desenvolvimento tumoral. Para tal fim,
utilizou-se da pesquisa bibliográfica, fazendo com que o tema em pauta seja observado em
diversos contextos. Conclui-se que, entender a relação entre o estresse oxidativo e os
mecanismos epigenéticos permite que novas abordagens terapêuticas específicas em
combate ao desenvolvimento do câncer sejam descobertas.


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