Aspergilose: Uma análise dos riscos de sua não notificação em ambientes hospitalares

Cíntia da Silva Batista, Lara de Souza Costa, Lara de Souza Costa, Dhyemila de Paula Mantovani, Dhyemila de Paula Mantovani

Resumo


Aspergillus spp. é o responsável por causar aspergilose, uma infecção fúngica que é transmitida pelo ar ambiente ou por ar condicionado, através da inalação de conídios do fungo. Ela acomete, principalmente, pacientes imunossuprimidos por ser um fungo oportunista. Existe uma dificuldade em realizar o diagnóstico, já que seus sintomas e sinais clínicos assemelham-se aos de outras infecções pulmonares e por falta de atenção em materiais para a identificação da espécie do fungo. Diante desse contexto, o trabalho em questão teve como objetivo avaliar a realidade dos hospitais brasileiros em relação ao diagnóstico de Aspergilose sob uma perspectiva de saúde pública. O estudo foi realizado por meio de uma pesquisa bibliográfica em plataformas digitais, tendo como critério de inclusão às bibliografias que tratavam da Aspergilose e exclusão, de todas aquelas que não atendiam à temática do trabalho. Constatou-se que há uma real negligência em relação às doenças fúngicas no Brasil, principalmente em hospitais, não só em relação ao seu diagnóstico, mas também da falta de dados epidemiológicos (não notificação da doença) e de novas formas de tratamento, já que há pouco investimento e incentivo no que tange as infecções fúngicas.

Texto completo:

PDF

Referências


AMORIM, D.S et al. Infecções por Aspergillus spp: aspectos gerais. Pulmão RJ, v. 13, n. 2, p. 2, 2004.

ANVISA Portaria Nº2616, de 12 de maio de 1988. Agência nacional da vigilância sanitária. Disponível em: . Acesso em: 01 de novembro de 2018.

ARAUJO, R.; RODRIGUES, A. G. Variability of germinative potential among pathogenic species of Aspergillus. Journal of clinical microbiology, v. 42, n. 9, p. 4335-4337, 2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE HEMATOLOGIA, HEMOTERAPIA E TERAPIA CELULAR (ABHH). Infecções fúngicas,2016. Disponível em: . Acesso em: 22 de novembro de 2018.

ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE ESTUDOS E CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR (APECIH). Infecções hospitalares no Brasil: uma medida de sua magnitude nos anos 1990 e comparação com os índices europeus. 2005.

ATLAS MICOLOGIA. Aspergillus niger, 2011. Disponível em: . Acesso em: 20 de novembro de 2018.

BABB, J.R et al. Risco de transmissão aérea em uma sala de operações contendo quatro unidades aéreas ultracleanas. Jornal de Infecção Hospitalar, v. 31, n. 3, p. 159-168, 1995.

BARNES, P. D.; MARR, K. A. Aspergillosis: spectrum of disease, diagnosis, and treatment. Infectious Disease Clinica, v. 20, n. 3, p. 545-561, 2006.

BEN‐AMI, R. et al.Enemy of the (immunosuppressed) state: an update on the pathogenesis of Aspergillus fumigatus infection. British journal of haematology, v. 150, n. 4, p. 406-417, 2010.

BERKOVA, N. et al. Aspergillus fumigatus conidia inhibit tumour necrosis factor-or staurosporine-induced apoptosis in epithelial cells. International immunology, v. 18, n. 1, p. 139-150, 2005.

BERNARDS, A. T. et al. Methicillin-resistant Staphylococcus aureus and Acinetobacter baumannii: an unexpected difference in epidemiologic behavior. American journal of infection control, v. 26, n. 6, p. 544-551, 1998.

BERNETEIX, M.T.Un combat dans l’air du temps… la lute contrel’aspergillus. Revue de l'infirmière et de l'assistante sociale, n. 44, p. 16-18, 1998.

CARVALHO, L. I. C. Aspergillus e aspergilose – desafios no combate da doença. Universidade Fernando Pessoa, 2013.

CAVALCANTE, N. J. F. et al. Unidade de terapia intensiva. In: Infecçäo hospitalar e suas interfaces na área da saúde. 2000. p. 749-70.

CORADI, C. M.; QUEIROZ, F, G. M. Importância do diagnóstico por imagem na aspergilose invasiva pulmonar. SALUSVITA, Bauru, v. 36, n. 4, p. 1184-1204, 2017.

DAGENAIS, T.R.T.; KELLER, N. P. Pathogenesis of Aspergillus fumigatus in invasive aspergillosis. Clinical microbiology reviews, v. 22, n. 3, p. 447-465, 2009.

EGGIMANN, P. PITTET, D. Infection control in the ICU. Chest, v. 120, n. 6, p. 2059-2093, 2001.

EICKHOFF, T. C. Airborne nosocomial infection: a contemporary perspective. Infection Control & Hospital Epidemiology, v. 15, n. 10, p. 663-672, 1994.

FERREIRA, A. B. et al. Diagnóstico da aspergilose invasiva: Aplicação das Técnicas de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) e Ensaio Imunoenzimático de Detecção da Galactomanana (EIA-GM®). 2015.

FILLER, S. G.; SHEPPARD, D. C. Fungal invasion of normally non-phagocytic host cells. PLoS pathogens, v. 2, n. 12, p. e129, 2006.

FILHO R.L.A. Doenças fúngicas. In: Andreatti Filho R.L. (Ed). Saúde Aviária e Doenças. São Paulo: Roca, pp.236-245, 2006.

FRARE, R. et al. Capítulo 8-Infecções fúngicas em imunocomprometidos. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v. 36, n. 1, p. 142-147, 2010.

GARCIA M.E.; BLANCO J.L. Principales enfermidades fúngicas que afectam los animales domésticos. Revista Iberoamericana de Micología. 17: S2-S7,2000.

GAVRONSKI, S. et al. Diagnóstico laboratorial de aspergilose invasiva: avaliação de métodos moleculares e detecção de antígenos. Revista Brasileira de Análises Clínicas, v. 48, p. 96-109, 2016.

GORBACH, S. L.; et al. Infectious diseases. Amsterdam: Lippincott Williams & Wilkins, 2003. 2515 p.

GREENE, R. The radiological spectrum of pulmonary aspergillosis. Medical mycology, v. 43, n. sup1, p. 147-154, 2005.

GUS, P.I. Aspergilose orbitária-Relato de caso. Arq Bras Oftalmol, v. 68, n. 1, p. 133-5, 2005.

JENKS, J.; Hoenigl, M.Treatment of Aspergillosis. Journal of Fungi, 2018.

JIANG, Z. et al. Vertebral osteomyelitis and epidural abscess due to Aspergillus nidulans resulting in spinal cord compression: Case report and literature review, Journal of International Medical Research, 41(2), pp.502–510, 2013.

LAJONCHERE, J. P.; FEUILHADE, C. M. Contamination aspergillaire: évaluation des mesures de prévention et surveillance de l'environnement. Pathologie et biologie, v. 42, n. 7, p. 718-729, 1994.

LATGÉ J.P. Aspergillus fumigatus and Aspergillosis. Clin Microbiol 1999; 12(2):310–50

LATGE, J.P. Aspergillus fumigatus, a saprotrophic pathogenic fungus. Mycologist, v. 17, n. 2, p. 56-61, 2003.

LOPES, A. J. et al. Aspergiloses pulmonares. Pulmão, Rio de Janeiro, v. 13, p. 34-44, 2004.

MARTINS, J.E.C. et al. Atlas de Microbiologia Média,Copryright, Editora Manoela Ltda.pp 39-45,2005.

MARTINS-DINIZ, J. N. et al. Monitoramento de fungos anemófilos e de leveduras em unidade hospitalar. Revista de Saúde Pública, v. 39, p. 398-405, 2005.

MATSUDA, J.S. et al. Aspergilose pulmonar em pacientes de tuberculose pulmonar com baciloscopia negativa. Manaus, Amazonas. Diversidade Microbiana da Amazônia 2015. Editora INPA.

MIGOTT; G.B et al. Perfil clínico e epidemiológico de pacientes com suspeita de aspergilose pulmonar em hospital do estado Rio Grande do Sul, Brasil. Revista de Epidemiologia e Controle de Infecção, v. 7, n. 1, p. 34-39, 2006.

MINAMI, P. S. Micologia: Métodos Laboratoriais de Diagnóstico Das Micoses, Copyright, Editora Manole Brasil, pp. 47-50,2003.

MOBIN, M.; SALMITO, M.A. Microbiota fúngica dos condicionadores de ar nas unidades de terapia intensiva de Teresina, PI. Rev Soc Bras Med Trop, v. 39, n. 6, p. 556-559, 2006.

MOSCATO, U. Hygienic management of air conditioning systems. Annali di igiene: medicina preventiva e di comunita, v. 12, n. 4 Suppl 2, p. 155, 2000.

MURRAY, P. R.,et al. Microbiologia: Médica, 5º edição, Elsevier Editora Ltda, pp. 770-773,2006.

O’GORMAN, C. M. Airborne Aspergillus fumigatus conidia: a risk factor for aspergillosis. Fungal biology reviews, v. 25, n. 3, p. 151-157, 2011.

OLIVEIRA J.M, et al. Aspergilose. In: Siqueira-Bastista R, Gomes AP, Santos SS, Almeida LC, Figueiredo CES, Pacheco SJB. Manual de infectologia. Rio de Janeiro: Revinter; 2002. p.461-4.

OLIVEIRA, L. A. et al. Diversidade microbiana da Amazônia. Diversidade microbiana da Amazônia, p. 1-436, 2016.

OREN, I. M. D.; GOLDSTEIN, N. M. D. Invasive pulmonary aspergillosis. Courrent opinion in Pulmonary Medicine, v. 8, n. 3, p. 195-200, 2002.

PANNUTI, C. S. A importância do meio ambiente hospitalar. Rodrigues EAC et al. Infecções hospitalares: prevenção e controle. São Paulo: Sarvier, p. 449-54, 1997.

PARK, S. J., MEHRAD, B. Innate Immunity to Aspergillus species. Clinical Microbiology Reviews, 22(4): 535-551, Oct. 2009. Disponível em: . Acesso em: 27 de novembro de 2018.

PATTERSON, T. F., et al. Practice guidelines for the diagnosis and management of aspergillosis: 2016 update by the Infectious Diseases Society of America. Clinical Infectious Diseases, 63(4), e1-e60. doi: 10.1093/cid/ciw326. 2016.

PAUL, S., et al. Analysis of Promoter Function in Aspergillus fumigatus, Eukaryotic Cell, pp. 1167–1177. 2012.

PILANIYA, V. et al. Aspergilose pulmonar invasiva aguda, logo após exposição ocupacional a água poluída barrenta, em indivíduo previamente saudável. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v. 41, n. 5, p. 473-477, 2015.

SALES, M.P.U. Capítulo 5-Aspergilose: do diagnóstico ao tratamento. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v. 35, n. 12, 2009.

STEINBACH, W. J. Já chegamos lá? Progressos recentes no diagnóstico molecular e novos alvos antifúngicos de Aspergillus fumigatus e aspergilose invasiva. Patógenos PLos, v. 9, n. 10, p. e1003642, 2013

TORTORA, G. J. et al. Microbiologia. Porto Alegre: Artmed, 2005. 894 p.

UNICAMP. Aspergilose de seio maxilar e órbita, 2014. Disponível em: . Acesso em: 10 de dezembro de 2018.

UNIFESP. Nova geração de pesquisas investiga potencial biotecnológico. 2015. Disponível em: . Acesso em: 19 de novembro de 2018.

VALENTE, J. Estudo molecular de estirpes de Aspergillus fumigatus isolados em aviários e em aves diagnosticadas com aspergilose. Possíveis implicações na Saúde Pública. MSC thesis,Universidade Nova de Lisboa, 2014.

WASYLNKA, J.A.; MOORE, M.M. Aspergillus fumigatus conidia survive and germinate in acidic organelles of A549 epithelial cells. Journal of cell science, v. 116, n. 8, p. 1579-1587, 2003.

YOUNGCHIM, S. et al. Production of melanin by Aspergillus fumigatus. Journal of medical microbiology, v. 53, n. 3, p. 175-181, 2004.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.




Creative Commons License
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 3.0 License.

Indexadores: