A VEJA E O SEU JEITO TUCANO DE SER: análise linguístico-textual de capas do gênero revista

Joane Marieli Pereira Caetano, Carlos Alberto Moreira Dinucci Júnior

Resumo


O presente estudo tematiza as relações discursivo-textuais presenciadas em gêneros textuais de cunho jornalístico da mídia brasileira. Diante da acepção original de gênero jornalístico, que o concebe a partir dos princípios de imparcialidade e objetividade discursiva, tem-se verificado que determinados veículos não seguem um direcionamento dicotômico entre imparcialidade versus parcialidade, mas apresentam certa relação de integralidade entre a necessidade de descrição objetiva dos fatos com as subjetividades de quem os narra. Assim, parte-se do seguinte questionamento: De que modo o ideário de imparcialidade jornalística se esvai na mídia brasileira? Utiliza-se como corpus de trabalho capas da revista Veja relacionadas ao assunto Política Brasileira, em especial, à representação dos principais grupos partidários na dinâmica contemporânea. Desse modo, objetiva-se, a priori, analisar os recursos linguístico-textuais empregados em tais veículos. Especificamente, pretende-se demonstrar como as estratégias textuais utilizadas no discurso corroboram com a construção de posicionamentos subjetivos da revista. Dentre as hipóteses, acredita-se que a revista Veja, objeto deste estudo, contribui argumentativamente para a construção da representação imagética de um partido político em detrimento de outro. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa inicialmente bibliográfica, tendo como aporte teórico Koch (1992; 2000; 2013), Marcuschi (2002; 2008) e Bakthin (2004), bem como de uma análise de dados baseada nos pressupostos da Análise do discurso francesa encontrada em Charaudeau (2009) e Maingueneau (2008).


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