USO IRRACIONAL DE ANTIBIÓTICOS NA INFÂNCIA: contribuição do profissional farmacêutico para a promoção da saúde

Claudinéia Maria José Marquioti, Lucas Couto Lanes, Geane Freitas Pires Castro

Resumo


Com a descoberta do primeiro antibiótico, a penicilina, tornou-se possível combater infecções bacterianas graves, todavia, seu uso exacerbado promoveu a resistência de bactérias, como o Staphylococcusaureus, há várias classes de antibióticos. O uso irracional destes medicamentos promoveu o surgimento de bactérias multirresistente, principalmente devido ao número exagerado de prescrições em crianças, acarretando o escurecimento dos dentes, pela interação destes fármacos com o cálcio da dentina, além de inúmeros efeitos adversos, como distúrbios gastrointestinais, e aumento do índice de toxicidade, causados pelo seu uso incorreto. Devido ao arsenal terapêutico disponível hoje, a preocupação com o uso irracional destes fármacos, passou a ser global, sendo que estes estão entre os medicamentos mais prescritos no século XX. Os antibióticos B-lactâmicos estão na lista dos mais utilizados em pediatria, por possuírem ação bactericida e bacteriostática potentes contra bactérias causadoras de infecções, como a respiratória aguda, que está entre a principal causa de mortalidade infantil. Neste contexto a atenção farmacêutica busca a orientação no momento da dispensação, como forma de minimizar os erros de administração, afim de possibilitar a resposta terapêutica desejada. A interlocução entre os prescritores, dispensadores e indústria farmacêutica, com o apoio dos órgãos regulamentadores, buscam protocolos terapêuticos e estratégias para medidas de controle da resistência bacteriana em relação ao uso irracional de antibióticos na infância.

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